A Alimentação Viva como Práxis Ambiental Educativa
Quando as populações humanas optaram por civilizar-se, construíram ambientes artificiais geometricamente retilíneos e concretados, onde se sustentam por meio de sistemas de industrialização para satisfazer suas necessidades. Maquinaram suas relações e acreditam estar se apropriando de saberes que supostamente aceita como verdadeiros, excluído o aprendizado vivido por suas heranças culturais. O pensamento civilizado separou-se da sabedoria tradicional e esqueceu a relação de percepção de fatores ambientais cíclicos cultivada pelas populações tribais.
Em resposta a isso, colocamos que o resgate de valores ecológicos pautados na lógica dos sistemas vivos, deve ser semeado através de práticas ambientais educativas, simultaneamente reflexivas e ativas.
Nesse sentido, apresentamos a Alimentação Viva como instrumento educativo para unir consciência e ação através de movimentos coletivos conjuntos direcionados para o despertar de uma conscientização ecológica.
A Alimentação Viva entende alimento como tudo aquilo que nos mantém. Reencontramos, assim, um referencial da humanidade vivente há 13.000 anos neste Planeta. O verdadeiro alimento está no contato com fontes geradoras de energia vital presentes nos elementos da natureza. Fazemos referência, portanto, à vitalidade presente nas formas de vida e nas forças que regem a vida. Por isso, priorizamos como salas de aula os espaços ao ar livre.
Tendo em vista os estudos da Teoria dos Sistemas Vivos, da Teoria de Gaia e da Ecobiótica, acreditamos no corpo humano como um espaço de discussão para educação ambiental, tendo em vista a composição deste como um ecossistema em expansão, com rios, florestas e praias internas habitadas por uma microbiota vasta e diversa composta por mais de 100 trilhões de microorganismos.
Introduzimos a produção doméstica de alimentos como um canal de sensibilização para as questões ambientais, bem como um estímulo para a prática cotidiana destas ações, inclusive na vida urbana. Nosso principal material didático são as sementes germinadas, os brotos e os vegetais crus in natura, alimentos concentradores de maior vitalidade. Acreditamos que o envolvimento com a produção desses alimentos reorganiza o convívio humano, pois reaproxima das forças que organizam a vida.
Dentre os métodos educativos utilizados está a Culinária Viva, a qual simboliza uma re-aproximação com a terra. Refletimos sobre a escolha dos utensílios domésticos, tendo em vista princípios éticos de proteção do ambiente e da saúde. Utilizamos a dinâmica de grupos como forma de estimular o preparo coletivo de refeições com alimentos que mantenham energia vital, dispensados o uso do fogão e da geladeira. Estimulamos, assim, atividades geradoras de ambientes educativos que favoreçam a cooperação e a associação criativa.
Sugerimos o plantio das sementes dos vegetais que foram utilizados na preparação culinária coletiva e apresentamos a compostagem dos restos alimentares como forma de percepção dos ciclos geradores do equilíbrio da natureza. Contribuímos, assim, para afastar a ilusão humana de isolamento destes ciclos vitais e, consequentemente, compor o pensamento sistêmico nas práticas habituais da vida moderna.
Esperamos, com isso, disseminar a Alimentação Viva como instrumento para uma educação ambiental crítica e transformadora de hábitos de vida, a gerar novas práticas cotidianas coletivas e novas formas de observar a realidade ambiental nas sociedades contemporâneas.
A Vida na Varanda
A Varanda Viva é o relato da experiência que tive nos 3 primeiros anos de contato com a Alimentação Viva.
Desde 2007... até 2010, quando me mudei para outra Cidade...
Este blog está atualmente INATIVO.
Funciona somente como memória e inspiração sobre a capacidade de viver com vitalidade, ainda que seja nos espaços urbanos.
Pouca grana? Espaços limitados? Não importa!!!
terça-feira, 9 de junho de 2009
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