Ambientes Livres: reflexões primeiras

Ambiente, do latim ambiente. Palavra variante de ambire, rodear, envolver.

Falar em ambientes abrange tudo aquilo que somos: o nosso corpo, a nossa casa, a localidade, a cidade, a bio-região, o continente. Abrange, também, as nossas relações conosco, com o outro e com a imensidão... Enfim, tudo o que modela a porção com a qual contribuímos para formar uma unidade comum, onde a totalidade é o único siginificado real.

Ambiente é o abrigo da vida. É a natureza que nos invade corpo adentro e que nos conduz relações afora. É a natureza que somos!

Somos ambientes da vida que abrigamos dentro de nós, à imagem e semelhança da Grande Mãe Terra!

Temos sentidos físicos que nos permitem perceber essa vida interna, bem como aquela que nos rodeia. Por meio desses sentidos é que podemos apreciar o contato com ambientes naturais.

Ao fazê-lo, resgatamos a nossa essência original e sentimos que somos parte de uma Vida Maior. Isso ocorre, pois é no abrigo da Mãe Terrena que encontramos a força vital para alimentar nossos ambientes internos. Isso é liberdade!

Sociedades modernas oferecem um estilo de vida que encaixa os seres vivos em uma fôrma, social e coletiva. Guiadas pela mecanização dos hábitos, as pessoas são teleguiadas por antenas e alimentadas pela produção continuada de tudo o que se pode fabricar. Nesse momento, o contato com ambientes naturais é desprezado. Afinal, existe uma necessidade de se completar que está sempre sendo retro-alimentada de modo artificial e consumista.

Quando limitamos os nossos sentidos aos valores mecânicos da vida moderna, limitamos todas as perceções e sentimentos acerca de uma Unidade da vida. Ignoramos e reduzimos os nossos valores maiores...Enfraquecemos!

Pela linha de pensamento das sociedades modernas, ambientes seriam nada mais do que aqueles descritos por palavras como comodidade e conforto, pois os abrigos seriam somente as construções de concretos que não respiram. Assim, aprisionamos nossos estilos de vida.